A desigualdade de gênero é um tema recorrente em debates globais, especialmente quando se trata de medir o progresso e identificar áreas que necessitam de melhorias urgentes.
O Relatório Global de Equidade de Gênero de 2024, do Fórum Econômico Mundial (FEM), fornece uma visão abrangente sobre como o mundo está lidando com essa questão crucial. Então, vamos explorar os principais destaques desse relatório e entender o que eles significam para a sociedade contemporânea.
Sobre o Relatório
O FEM monitora o Índice de Disparidade de Gênero Homem x Mulher desde 2006 e a edição 2024 continua a acompanhar as disparidades de gênero nos principais resultados do mercado de trabalho, explorando novas dimensões subjacentes a essas disparidades.
São 146 países avaliados e os resultados são consolidados em 4 macro-áreas: Saúde e Sobrevivência, Nível de Escolaridade, Participação Econômica e Oportunidades, Empoderamento Político.
Assim, LinkedIn, Coursera e PwC colaboraram no fornecimento de dados exclusivos e novas medidas para oferecer insights sobre a dinâmica em desenvolvimento.
Dados Globais
1. Desigualdade Global de Gênero: 134 Anos para Plena Igualdade
A principal conclusão do relatório é alarmante: a plena igualdade de gênero ainda está a 134 anos de distância. Isso demonstra que, apesar dos avanços, o ritmo das mudanças é extremamente lento.
A disparidade em várias áreas, como participação econômica, empoderamento político e representatividade, ainda é significativa.
2. Menores GAPs: Saúde e Sobrevivência e Nível de Escolaridade
2.1 Saúde e Sobrevivência (96%)
A área de saúde e sobrevivência também apresenta uma das menores lacunas de gênero, com uma igualdade de 96%. Uma vez que homens e mulheres têm quase as mesmas chances de acesso a serviços de saúde e expectativa de vida, um indicador positivo em meio a tantas desigualdades.
- Tempo Estimado para a Igualdade = Indefinido
2.2 Nível de Escolaridade (94,9%)
A educação é outra área onde a igualdade de gênero está próxima de ser alcançada, com 94,9%. Isso mostra que, globalmente, meninos e meninas estão quase igualmente representados em termos de acesso à educação básica e secundária, um passo fundamental para garantir a equidade em outras áreas.
- Tempo Estimado para a Igualdade = 20+ anos
3. Maiores GAPs: Participação Econômica e Empoderamento Político
3.1 Participação Econômica (60,5%)
Um dos maiores desafios destacados é a participação econômica das mulheres, que está em 60,5%. Isso significa que as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas para entrar e progredir no mercado de trabalho, já que precisam lidar com discriminação salarial, acesso a oportunidades de emprego e promoção.
- Tempo Estimado para a Igualdade = 152 anos
3.2 Empoderamento Político (22,5%)
Já o empoderamento político das mulheres é a área com a maior lacuna de gênero, com apenas 22,5% de igualdade. A sub-representação feminina em cargos políticos e de decisão é uma questão crítica que afeta a capacidade de influenciar políticas e decisões que impactam diretamente suas vidas e comunidades.
- Tempo Estimado para a Igualdade = 169 anos
4. Força de Trabalho: Mulheres Representam 42% da Força Global
As mulheres compõem 42% da força de trabalho global, um número que, embora significativo, ainda reflete a necessidade de maior inclusão e igualdade de oportunidades.
A participação feminina é essencial não apenas para a equidade de gênero, mas também para o crescimento econômico sustentável.
5. Liderança: Mulheres Ocupam Apenas 31,7% de Cargos em Liderança
A presença feminina em cargos de liderança é crucial para a promoção da igualdade de gênero. No entanto, apenas 31,7% das posições de liderança são ocupadas por mulheres.
Isso destaca a necessidade de políticas e práticas que incentivem e apoiem as mulheres a alcançar e manter esses postos.
6. Mulheres na IA: Baixa Participação das Mulheres na Engenharia de Inteligência Artificial
A inteligência artificial é uma área em rápido crescimento, mas a participação das mulheres na engenharia de IA é notavelmente baixa.
Assim, este é um campo crítico para o futuro do trabalho e da inovação, e a sub-representação feminina pode levar a vieses e lacunas na tecnologia que afetam toda a sociedade.
E o Brasil?
Com base no “Relatório Global de Equidade de Gênero” do Fórum Econômico Mundial, os principais destaques para o Brasil são:
Posição no Índice Global:
Primeiramente, o Brasil está classificado na 70ª posição no Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2024, com uma pontuação de 71,6%, uma queda em relação à 57ª posição em 2023, quando a pontuação foi de 72,6%.
- O Índice Global é de 68,5%.
1. Saúde e Sobrevivência:
O índice de Saúde e Sobrevivência brasileiro manteve-se inalterado em 98%, conforme anos anteriores.
- O Índice de Saúde e Sobrevivência Global é de 96%.
BRASIL – O que Fazer
- Desempenho Atual: O Brasil alcançou a paridade nesta área, com uma pontuação de 0,980, surpreendentemente ocupando a 1ª posição.
- Ano Alcançado: Este nível de paridade foi mantido consistentemente, uma vez que indica ter sido alcançado em anos anteriores e mantido até 2024.
2. Conquistas Educacionais:
Além disso, o Brasil atingiu uma paridade efetiva em conquistas educacionais com uma pontuação de 99,6%. O país alcançou 100% de paridade em todos os indicadores, exceto na matrícula no ensino primário.
- O Índice de Escolaridade Global é de 94,9%.
BRASIL – O que Fazer
- Desafios: Atingir 100% de paridade na matrícula no ensino primário é o objetivo final.
- Expectativa: A paridade completa em educação pode ser alcançada nos próximos anos, uma vez que o país já está muito próximo desse marco.
3. Participação Econômica e Oportunidades:
A pontuação do Brasil para a Participação Econômica e Oportunidades é de 66,7%, ocupando a 88ª posição, já que houve uma leve redução em comparação com 67,0% em 2023.
Ademais, o Brasil atingiu a paridade total em trabalhadores profissionais e técnicos.
A taxa de participação na força de trabalho aumentou 0,7 pontos percentuais em relação a 2023, alcançando 72,6%, embora ainda esteja 4,5 pontos abaixo do melhor resultado do Brasil (77,2% em 2021).
- A Participação Econômica Global é de 60,5%.
BRASIL – O que Fazer
- Desafios: A igualdade salarial para trabalhos similares é um ponto crítico, com o Brasil na 118ª posição.
- Expectativa: Seja como for, a melhora nesta área depende de políticas robustas para reduzir a disparidade salarial e aumentar a participação feminina em posições de liderança. Não há uma estimativa exata de anos para alcançar a paridade total, mas requer esforços contínuos a longo prazo.
4. Empoderamento Político:
O índice de empoderamento político do Brasil caiu para 22% em 2024, comparado a 26,3% em 2023, devido principalmente à menor representação feminina em cargos ministeriais.
No entanto, a posição do Brasil melhorou para 34ª devido ao mandato de Dilma Rousseff como chefe de Estado.
- O Índice de Empoderamento Político Global é de 22,5%.
BRASIL – O que Fazer
- Desafios: A baixa representação feminina no parlamento e em posições ministeriais são os principais obstáculos.
- Expectativa: Aumentar a representação feminina na política pode levar décadas, desde que aconteçam reformas eleitorais e políticas de incentivo à participação feminina.
Considerações
Estes destaques do Relatório Global de Equidade de Gênero mostram um panorama misto para o Brasil, com progressos em algumas áreas, como Educação e Saúde e Sobrevivência, mas com desafios persistentes em Participação Econômica e Empoderamento Político.
Portanto, enquanto o Brasil já alcançou a paridade em Saúde e está próximo na Educação, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de Participação Econômica e Empoderamento Político.
As expectativas de alcançar a plena igualdade dependem, com toda a certeza, de esforços contínuos e sustentados em políticas públicas e práticas empresariais.
Conclusão
O Relatório Global de Equidade de Gênero de 2024 do Fórum Econômico Mundial deixa claro que, apesar de alguns progressos, a estrada para a igualdade de gênero ainda é longa.
Em conclusão, com áreas críticas como Participação Econômica e Empoderamento Político ainda apresentando grandes lacunas, é imperativo que tanto políticas públicas quanto iniciativas privadas continuem a focar na eliminação dessas desigualdades.
Em suma, a pergunta que fica é: O que podemos fazer para mudar esse cenário tão desigual? Compartilhe conosco sua opinião.
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